Avanços na medicina como tecnologias inovadoras, inteligência artificial auxiliando a saúde, métodos analíticos químicos, físicos e biológicos revolucionários, e nós ainda não temos órgãos bioimpressos funcionais.
A bioimpressão é uma tecnologia inovadora com grande potencial na medicina, capaz de organizar automaticamente células, biomoléculas indutoras e materiais (biomateriais, materiais sintéticos biocompatíveis e/ou biodegradáveis). Entretanto, muitos desafios precisam ser analisados e interpretados com cuidado para avançar de forma benigna e funcional.
Será que "só" isso basta? Será que um equipamento automatizado, capaz de posicionar componentes biológicos e biocompatíveis, é o bastante?
Claro que não!

Áreas, métodos, processos e especialidades presentes na área de engenharia tecidual. As imagens dos seres humanos representam os diversos tecidos e aglomerados com funções específicas produzidos por bioimpressão ou impressão 3D, a nível de pesquisa (imagem criada por Janaina Dernowsek)
A bioimpressão e a biofabricação, áreas pertencentes à engenharia tecidual e medicina regenerativa, necessitam de um grupo interdisciplinar para compreender de forma efetiva uma de lacunas. Muitas áreas acabam se especializando em determinados assuntos e perdem a oportunidade de abranger um leque de soluções interdisciplinares para desenvolver métodos e tecnologias inovadoras.
A produção de órgãos funcionais - no futuro - pela bioimpressão será muito importante para a saúde humana, se evoluir de forma transdisciplinar, ou seja, o desenvolvimento de uma nova compreensão das lacunas, articulando estratégias que passam entre, além e através dos conhecimentos, numa busca de entendimento da complexidade como um todo.
Hoje conhecemos a bioimpressão como uma área emergente da manufatura aditiva, capaz de "imprimir" componentes vivos e sintéticos de forma organizada e precisa. Porém, sabemos que a sinalização molecular intra e extracelular, o desenvolvimento de hidrogéis para o processamento, a utilização adequada de biomoléculas indutoras de migração, proliferação e diferenciação, além de outros parâmetros, são primordiais para o avanço.
Será que uma imagem de tomografia ou ressonância possui todas essas informações para produzir o BioCAD - projeto - de um órgão?
Claro que não!
O potencial da bioimpressão - atualmente - está muito aquém da tecnologia necessária para construir um órgão funcional. No futuro, os processos e equipamentos estarão tão otimizados que até o nome "bioimpressão" poderá sofrer alterações.
O mais importante é continuar com o objetivo comum da área, que é construir tecidos e órgãos funcionais para assistir a saúde da população mundial.
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Como citar essa matéria:
DERNOWSEK, JA . Por que ainda não temos órgãos funcionais bioimpressos?. Blog Biofabricacao. São Paulo, 09 mar. 2019. Disponível em: <https://www.biofabricacao.com/single-post/2018/11/13/Por-que-ainda-n%C3%A3o-temos-%C3%B3rg%C3%A3os-funcionais-bioimpressos-ou-biofabricados> Acesso em: 9 mar. 2019.

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Janaina Dernowsek, Ph.D.
Bióloga Geneticista e Pesquisadora na área de Biofabricação e Bioimpressão de Tecidos.
Pesquisadora associada ao Centro de Tecnologia da Informação Renato Archer, INCT - Regenera e UNIFESP. Idealizadora dos projetos BioEdTech e Bio3Data para a Bioimpressão de tecidos. Desenvolvedora do site e do blog www.biofabricacao.com